Abraço amigo
 


Foi num dia qualquer de fevereiro...
 A vida me saia atribulada.
Tinha-me um novo início de jornada
que me forçava um passo mais ligeiro.

Cansada das agruras desta vida
um instante de paz tanto sonhava.
E, sem destino certo, caminhava
entre noites e dias, sem guarida.

Pelas veredas eu buscava o abrigo
de um recanto qualquer que fosse amigo.
E numa porta estranha, então, bati.

Um vulto, abrindo os braços me acolheu
dizendo - "Entre. Este cantinho é seu".
E desse abraço nunca mais saí.


                                                 Alma de Almeida