Ao longo do caminho

 

Eu te encontrei
no meio do caminho
e supus conhecer-te.

Eu te senti, como eu,
uma ave sem ninho,
e tentei compreender-te.

Eu te falei
de sonhos e carinho
e ousei convencer-te.

Eu te busquei 
uma chama de fé
e falhei acender-te. 

Eu te propus
um verso e uma canção
e logrei comover-te.

E o meu amor
era tudo o que tinha
a oferecer-te.

Mas seguiste enfim
para longe de mim
e não pude reter-te.

Eu te guardei
no silêncio interior
e sofri em perder-te.

Hoje te vejo
ao longo do caminho
e não devo saber-te.

E me alongo de ti
sem contudo
esquecer-te.
 

                                                                    Alma de Almeida