Para meu pai



Baixaste à tumba numa tarde quente.
No céu de opala o "Ângelus" ressoava,
Enquanto a terra, vagarosamente,
Num derradeiro abraço te enlaçava.

Em cada peito um coração chorava
O pranto mudo de uma dor silente.
Por entre cruzes teu caixão ficava.
Ficava em nós uma saudade ardente.

Lograste, enfim, o topo da subida.
Depondo o fardo, abandonaste a vida
Em que lutaste e padeceste tanto.

Estás, agora, na Pátria Eviterna,
Em meio os anjos, na Mansão Eterna,
Gozando a glória de ter sido um santo.


                                                                   Alma de Almeida