Quisera
                                                          

            

Quisera eu lhe abrir de par em par

As portas deste pobre coração.

E uma nova ilusão deixar entrar

Com tudo o que, de amor, tem a ilusão.

 

Quisera eu poder lhe recordar

O calor dos meus dias de verão.

E em rósea primavera transformar 

O negro deste inverno em solidão.

 

Quisera eu raiar a esperança

Do sonho que acalento na lembrança
 E que em minh'alma nunca adormeceu...

 

E romperia o peito em mil venturas...

E lhe diria, arfando de ternuras:-

- Toma meu coração, é todo seu.



                                                     
Alma de Almeida