A Cristo crucificado

 

Não me constrange, oh! Deus, para querer-te
O céu que tanto tens me prometido.
Nem me constrange o inferno tão temido
Para deixar, por isso, de ofender-te.

Tu, Senhor, me convences. Só por ver-te
Cravado numa cruz e escarnecido.
Punge-me ver Teu corpo tão ferido.
E Tua morte que faz-me compreender-te.

Teu amor, afinal. é que me anima
A Te querer e respeitar, acima
De um céu, por glória, e um inferno, por castigo.

Nenhum débito tens para comigo.
Mesmo que nada houvesse a esperar
Seguiria te amando sem cessar.



                                                                  Tradução - Alma de Almeida

 

Autoria incerta.
Atribui-se a Santa Teresa de Jesus, ou a Santo Ignácio de Loyola, ou a São Francisco Xavier,  ou ao franciscano Frei Pedro dos Reis, ou ainda ao augustino Frei Miguel de Guevara