Letargo de outono
Não quero nada mais que um bom
colchão,
Penumbra, chuva fraca e sonolência.
Leituras? Não, não, não... quero dormência
Nos versos do meu sono em mansidão.
Eu quero no meu quarto a solidão,
Sem gritos, palavrões, adolescência.
No leito quero estar na minha essência
Coberto de açucena, escuridão.
Se a noite despencar e o sol
nascer
Que nada me atrapalhe de viver
Silente, brandamente, assaz seguro
Só venham me acordar no entardecer
Que as luzes passarão por trás do muro.
Dormir é claridade em meu escuro!
Lucas de Souza
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