Soneto

                                           

Na morte da Imperatriz Teresa Cristina Maria de Bourbon

 

Corda que estala em harpa mal tangida,
Assim te vais, oh!  doce companheira
Da fortuna e do exílio, verdadeira
Metade de minh’alma entristecida.

De augusto e velho tronco, haste partida
E transplantada à terra brasileira.
Lá te fizeste, à sombra hospitaleira,
Em que todo infortúnio achou guarida.

Feriu-te a ingratidão no seu delírio.
Caíste, e eu fico a sós, neste abandono,
Do teu sepulcro vacilante círio.

Como foste feliz! Dorme teu sono!
Mãe do povo, acabou-se o teu martírio.

Filha de reis, ganhaste um grande trono.


                                                                  D.Pedro II


(D. Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula
Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga)