Últimas rimas

                                                

Pelos males e pelas desventuras
Com que o destino nos foi tão cruel
Procuramos em nossas mútuas juras
Atenuar o trevor do nosso fel.

Antefruindo além, horas futuras
No calmo gozo de um ideal vergel
Esquecemos passadas amarguras:-
O beijo impuro ou a carícia infiel.

Mas por sofrer ainda os visapodos
Dos que me não conhecem o sofrer
Vivo a fingir audácias e denodos

Pensam ao ver-me o alegre parecer,
Que tenho o riso que ambicionam todos
Em vez do pranto que não quero ter



                                                     
Emílio Nunes Correia de Menezes