Muito embora as estrelas do Infinito

Lá de cima me acenem carinhosas

E desça das esferas luminosas

A doce graça de um clarão bendito;
 

Embora o mar, como um revel proscrito,

Chame por mim nas vagas ondulosas

E o vento venha em cóleras medrosas

O meu destino proclamar num grito,
 

Neste mundo tão trágico, tamanho,

Como eu me sinto fundamente estranho

E o amor e tudo para mim avaro..
.

Ah! como eu sinto compungidamente,

Por entre tanto horror indiferente,
Um frio sepulcral de desamparo.

 

 

                                                               João da Cruz e Souza