Amo-te – dizes. Finjo
que acredito...
Custa tão pouco crer-se
nas mulheres!...
Meu ceticismo
declarar-te evito,
Juro querer-te como tu
me queres...
Que nos adianta
analisar o mito?
Fala! As doces palavras
que disseres
Ingiro-as, como um
bálsamo bendito,
Engulo-as, como um
tônico, às colheres.
Demais, quem sabe? Há
tal afinidade
Entre o ser e não ser,
que sábios juízes
Têm, para os
distinguir, dificuldades.
Vivamos iludidos, mas
felizes:
Tu, mentindo que me
amas, de verdade
E eu crente na mentira
que me dizes.
Manoel Bastos Tigre