Réu de amor

 

Sou réu de amor! Confesso o meu pecado  
Porém não me arrependo desse crime,    
Que amar alguém e ser também amado       
É o crime mais gostoso e mais sublime!  

A confissão por certo não redime    
A quem quer continuar a ser culpado,  
E se eu for, por acaso, condenado,     
Não há razão para que desanime.

Pelo contrário. Altivo, embora fique   
Meu coração partido em mil pedaços,    
Eu quero que a justiça se pratique...

Sou réu de amor, e julgo-me indefeso!  
Pela justiça, entrego-me a teus braços: 
Eternamente quero ficar preso... 

 

                                          José Guilherme de Araújo Jorge