Cartas d'amor

 

Como jurei
com verdade o amor que senti,

quantas noites em claro passei
a escrever para ti.
Cartas banais,
que eram toda a razão do meu ser.
Cartas grandes, extensas, iguais
ao meu grande sofrer.
 
Cartas de amor
quem as não tem?
Cartas de amor,
pedaços de dor sentidas de alguém.
Cartas de amor,
andorinhas que num vai-vem
levam  bem saudades minhas.
Cartas de amor
quem as não tem?
 
Porém de ti,
nem sequer uma carta de amor.
Uma carta vulgar recebi
pra acalmar minha dor.
Mas mesmo assim,
eu pra ti não deixei de escrever
pois bem sabes que tu pra mim
 és todo o meu viver
 
 
                                                                     Alves Coelho